Rússia pode criar uma nova Chenobyl na Ucrânia
A Usina Nuclear de Zaporijia, localizada na cidade de Enerhodar, no leste da Ucrânia, é reconhecida como a maior instalação nuclear da Europa. Por isso a comparação com Chernobyl.
Por décadas, desempenhou um papel crucial na geração de eletricidade para milhões de lares não apenas na Ucrânia, mas também em países vizinhos como Hungria, Polônia, Belarus, Moldávia, Eslováquia e Romênia.
No entanto, quando a Rússia iniciou sua invasão, a segurança dessa usina ficou ameaçada.
Logo nos primeiros dias da ofensiva russa, um comboio avançou em direção a Enerhodar, levantando temores sobre a segurança da usina. Apesar dos esforços dos funcionários da usina para mantê-la operacional, os moradores da cidade saíram às ruas na tentativa de impedir a entrada das tropas russas. Infelizmente, em 3 de março de 2022, as forças russas conseguiram assumir o controle da usina.
Rússia ocupa usina nuclear da Ucrânia
A operada estatal nuclear russa Rosatom é quem está administrando após a ocupação. Isso levantou preocupações sobre a falta de pessoal qualificado, já que muitos técnicos e funcionários ucranianos deixaram seus cargos.
A nova equipe de funcionários, composta por cidadãos russos e ex-funcionários ucranianos coagidos a trabalhar sob condições adversas, enfrenta desafios significativos na manutenção da segurança da usina.
Além das preocupações com o pessoal, há também relatos de abusos e tortura por parte das forças russas contra os trabalhadores da usina. Essas práticas desumanas, juntamente com a utilização da usina como base militar, aumentam os riscos de um incidente nuclear catastrófico na região.
Apesar dos apelos da comunidade internacional, incluindo a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), para garantir a segurança da usina, a situação continua crítica. Falhas nos sistemas de backup de energia e relutância russa em permitir inspeções adequadas aumentam ainda mais os perigos.
A preocupação é que qualquer incidente na usina poderia resultar em contaminação radioativa generalizada, afetando não apenas Enerhodar, mas também comunidades em toda a região. Enquanto a usina continuar sendo uma base militar e estiver sujeita à instabilidade da guerra, o risco de um desastre nuclear persistirá, representando uma ameaça séria para a segurança regional e global.
